Tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), espécie classificada como "Em Perigo" na lista de animais ameaçados de extinção (Foto: Tamar)
Que o Brasil é um dos países com maior biodiversidade, com uma grande quantidade de espécies de fauna e flora, não é novidade para ninguém. Que alguns desses animais correm sério risco de extinção, devido a uma série de fatores como desmatamento, caça ilegal, poluição, também não. Mas quais são, afinal, as espécies brasileiras ameaçadas?
A resposta está no Livro Vermelho das Espécies Ameaçadas, produzido pelo Instituto Chico Mendes, do Ministério do Meio Ambiente, e pela organização internacional IUCN, com base nos estudos de uma série de pesquisadores. Atualmente, 627 espécies estão na lista de ameaçadas de extinção, em diferentes categorias de risco. Metade dessas espécies estão protegidas em unidades de conservação, e o governo aprovou planos de ação para cerca de 33% das espécies.
A lista divide os animais de acordo com o estado de conservação de cada espécie. Essas categorias vão desde Vulnerável até Extinta, além das espécies classificadas como Quase ameaçadas ou Pouco preocupante. Confira alguns animais de cada categoria.
Extintas
Essa é a categoria mais dramática: sete espécies brasileiras são consideradas Extintas (EX), e as sete eram encontradas na Mata Atlântica – o bioma mais devastado do Brasil. São espécies como a perereca Phrynomedusa fimbriata ou a arara Anodorhynchus glaucus, além de quatro invertebrados terrestres, como a minhoca-branca e uma espécie de minhocuçu.
Extintas na natureza
Duas espécies estão listadas como Extintas na Natureza (EW). São duas aves que não são encontradas mais em seus habitats naturais, e existem apenas em cativeiro. O mutum-de-Alagoas é uma ave que antes era encontrada na Mata Atlântica, mas desde 1999 acredita-se que esteja extinta na natureza: há cerca de 120 indíviduos vivendo em cativeiro. Já a ararinha-azul é uma ave de plumagem azul e cinza que vivia na caatinga. O último indíviduo desapareceu na natureza em outubro de 2000, mas cerca de 60 indíviduos vivem em cativeiro. A ararinha-azul é conhecida do grande público: é a espécie que inspirou o filme Rio.
Criticamente em perigo
São considerados Criticamente em Perigo (CR) as espécies de animais que tiveram grande declínio de população e vivem em apenas algumas áreas – a destruição dessas áreas coloca em risco a existência desses animais. Atualmente, há 125 espécies brasileiras classificadas nessa categoria, como o peixe-boi-marinho, que sofre principalmente por causa da caça e de capturas acidentais, e o mico-leão-da-cara-preta, o mais ameaçado dos mico-leões da Mata Atlântica.
Em perigo
São 163 espécies classificadas como Em Perigo (EN). Elas também enfrentam alto risco de extinção, mas a situação não é tão crítica como a categoria CR. A tartaruga-de-pente é um exemplo de animal em perigo. Essa tartaruga vive no litoral da Bahia, e tem esse nome porque, antigamente, o seu casco era usado para fazer pentes. Hoje, o que mais ameaça a espécie é a poluição marinha.
Vulnerável
A maior parte dos animais da lista encontra-se nessa categoria: são 330 espécies brasileiras consideradas Vulneráveis (VU), em praticamente todos os biomas do país. É o caso dos principais felinos brasileiros, as onças. As três espécies de onça do país estão vulneráveis, e enfrentam ameaças como a destruição de seus habitats com o avanço deo desmatamento, além da caça. Os animais vulneráveis também correm grande risco, mas muitos já estão sendo atendidos por planos de ação de conservação. O lobo-guará, por exemplo, outra espécie considerada vulnerável, tem 19 metas e 25 ações para reverter o declínio populacional da espécie.
Fonte: Revista Época